
Sangramento Uterino Anormal: Principais Causas e Tratamentos
23/12/2025# Infertilidade: Quando Procurar Ajuda e Principais Exames
Você e seu parceiro estão tentando engravidar há alguns meses e começaram a se questionar se está tudo bem? A jornada rumo à parentalidade pode ser repleta de expectativas e, por vezes, frustrações. A infertilidade afeta cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva mundialmente, sendo uma condição que merece atenção médica adequada no momento certo. Compreender quando buscar ajuda profissional e quais exames realizar pode ser o primeiro passo para realizar o sonho de formar uma família.
Neste artigo, abordaremos os critérios médicos para procurar um especialista em reprodução humana, os principais exames diagnósticos disponíveis para homens e mulheres, e como a investigação precoce pode aumentar significativamente as chances de sucesso. Desmistificaremos conceitos importantes e ofereceremos um guia prático para orientar casais nessa jornada.
O Que É Infertilidade e Por Que Buscar Ajuda
A infertilidade é definida medicamente como a incapacidade de um casal conseguir uma gravidez após 12 meses de tentativas com relações sexuais regulares e sem uso de métodos contraceptivos. Esta definição, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), serve como parâmetro inicial para determinar quando é necessário buscar ajuda especializada.
É fundamental compreender que a infertilidade não é “culpa” de ninguém. Estatisticamente, as causas se distribuem igualmente: aproximadamente 30% dos casos estão relacionados a fatores femininos, 30% a fatores masculinos, 30% a fatores mistos (ambos os parceiros) e 10% permanecem sem causa aparente, sendo classificados como infertilidade sem causa aparente.
O diagnóstico precoce é crucial porque muitas das causas de infertilidade são tratáveis. Quanto mais cedo a investigação começar, maiores são as chances de identificar e corrigir problemas que possam estar impedindo a concepção natural.
Quando Procurar Ajuda Médica Especializada
Critérios Gerais de Tempo
O momento adequado para buscar ajuda médica varia conforme alguns fatores importantes. Para a maioria dos casais, a recomendação é procurar um especialista após 12 meses de tentativas sem sucesso. No entanto, para mulheres com 35 anos ou mais, este prazo se reduz para 6 meses, considerando que a reserva ovariana diminui naturalmente com a idade.
Essa diferenciação por idade não é arbitrária. Após os 35 anos, a qualidade e quantidade dos óvulos começam a declinar mais rapidamente, tornando essencial uma abordagem mais precoce para maximizar as chances de sucesso.
Situações Que Exigem Investigação Imediata
Algumas condições justificam a busca por ajuda médica independentemente do tempo de tentativas:
- Histórico de endometriose: Esta condição pode afetar significativamente a fertilidade, mesmo em casos leves
- Ciclos menstruais irregulares: Indicam possíveis problemas ovulatórios que merecem investigação
- Histórico de doenças sexualmente transmissíveis: Podem ter causado danos às tubas uterinas
- Cirurgias pélvicas anteriores: Especialmente aquelas que envolveram ovários, tubas ou útero
- Varicocele no parceiro masculino: Condição que pode afetar a qualidade espermática
- Histórico de tratamento oncológico: Quimioterapia e radioterapia podem impactar a fertilidade
Sinais de Alerta Femininos
Mulheres devem estar atentas a sinais que podem indicar problemas de fertilidade, como dor pélvica intensa durante a menstruação, sangramento menstrual muito intenso ou prolongado, ausência de menstruação por vários meses, ou dor durante as relações sexuais. Estes sintomas podem indicar condições como endometriose, síndrome dos ovários policísticos ou problemas estruturais.
Principais Exames para Investigação da Infertilidade Feminina
Avaliação Hormonal Feminina
A investigação feminina frequentemente inicia com uma avaliação hormonal abrangente. O FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e o LH (Hormônio Luteinizante) são fundamentais para entender o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. Estes exames são geralmente coletados em dias específicos do ciclo menstrual para fornecer informações precisas.
O AMH (Hormônio Anti-Mülleriano) ganhou destaque nos últimos anos por ser um excelente marcador da reserva ovariana. Diferentemente de outros hormônios, o AMH pode ser coletado em qualquer dia do ciclo, oferecendo informações valiosas sobre a quantidade de óvulos disponíveis.
Adicionalmente, a dosagem de prolactina é essencial, pois níveis elevados podem interferir na ovulação. O TSH (hormônio estimulante da tireoide) também deve ser avaliado, uma vez que distúrbios da tireoide são relativamente comuns e podem afetar significativamente a fertilidade.
Exames de Imagem
A ultrassonografia transvaginal é um dos primeiros exames de imagem solicitados. Este exame permite avaliar a anatomia uterina, a espessura do endométrio, o tamanho e morfologia dos ovários, além de identificar possíveis cistos ou outras alterações estruturais.
A histerossalpingografia é um exame radiológico específico que avalia a permeabilidade das tubas uterinas e a cavidade uterina. Através da injeção de contraste, é possível verificar se existe obstrução tubária, uma das principais causas de infertilidade feminina.
Em casos mais complexos, pode ser necessária uma ressonância magnética da pelve, especialmente quando há suspeita de endometriose profunda ou outras condições que requerem maior detalhamento anatômico.
Procedimentos Diagnósticos Especializados
A videohisteroscopia é um procedimento que permite a visualização direta da cavidade uterina. Este exame é particularmente útil para diagnosticar pólipos endometriais, miomas submucosos, sinéquias (aderências) ou malformações uterinas que podem interferir na implantação embrionária.
Em algumas situações, pode ser recomendada a videolaparoscopia diagnóstica, um procedimento minimamente invasivo que permite a visualização direta dos órgãos reprodutivos internos, sendo especialmente útil no diagnóstico de endometriose e aderências pélvicas.
Principais Exames para Investigação da Infertilidade Masculina
Espermograma: O Exame Fundamental
O espermograma é o exame básico e mais importante na avaliação da fertilidade masculina. Este teste analisa diversos parâmetros do sêmen, incluindo concentração de espermatozoides, motilidade (capacidade de movimento), morfologia (formato) e volume do ejaculado.
Para um resultado confiável, é recomendado um período de abstinência sexual de 2 a 5 dias antes da coleta. Em caso de alterações, o exame deve ser repetido em um intervalo de 4 a 6 semanas, pois diversos fatores podem influenciar temporariamente a qualidade seminal.
É importante destacar que o espermograma deve ser interpretado por um especialista, pois pequenas alterações nem sempre indicam infertilidade, assim como resultados normais não garantem fertilidade em todos os casos.
Avaliação Hormonal Masculina
A avaliação hormonal masculina inclui dosagens de testosterona, FSH e LH. Estas dosagens são particularmente importantes quando o espermograma apresenta alterações significativas, como baixa concentração ou ausência completa de espermatozoides.
Em casos específicos, podem ser solicitados outros hormônios como prolactina e hormônios da tireoide, especialmente se há suspeita de causas endócrinas para a infertilidade.
Exames de Imagem Masculinos
O ultrassom testicular pode identificar varicoceles, cistos, tumores ou outras alterações estruturais que possam afetar a produção espermática. A varicocele, em particular, é uma das causas tratáveis mais comuns de infertilidade masculina.
Em casos de ausência de espermatozoides no ejaculado (azoospermia), podem ser necessários exames mais especializados para determinar se a causa é obstrutiva ou não-obstrutiva.
Exames Complementares e de Segunda Linha
Análise Genética
O cariótipo é um exame que analisa os cromossomos do casal, identificando possíveis alterações genéticas que possam estar relacionadas à infertilidade ou ao risco de abortos recorrentes. Este exame é particularmente recomendado em casos de azoospermia severa ou histórico de abortos repetidos.
Outras análises genéticas específicas podem ser solicitadas conforme a apresentação clínica, como pesquisa de microdeleções do cromossomo Y em homens com oligospermia severa.
Testes Imunológicos
Em algumas situações, podem ser realizados testes para pesquisar anticorpos anti-espermatozoide ou outras alterações imunológicas que possam estar interferindo na fertilidade. Estes exames são mais específicos e geralmente solicitados após investigação inicial normal.
Investigação de Infecções
Culturas para identificar infecções do trato reprodutivo podem ser necessárias, especialmente se há histórico de infecções recorrentes ou sintomas sugestivos. Algumas infecções podem afetar tanto a qualidade seminal quanto a função tubária.
Como Funciona a Progressão da Investigação
Primeira Consulta e Exames Iniciais
A primeira consulta com o especialista em reprodução humana envolve uma anamnese detalhada do casal, incluindo histórico médico, tentativas anteriores, hábitos de vida e exame físico. Com base nesta avaliação, são solicitados os exames básicos iniciais.
Para mulheres, isto geralmente inclui dosagens hormonais básicas e ultrassom transvaginal. Para homens, o espermograma é o ponto de partida. Estes exames iniciais podem identificar cerca de 80% das causas de infertilidade.
Exames de Segunda Linha
Caso os exames iniciais não identifiquem a causa da infertilidade ou apresentem alterações que necessitem maior investigação, são solicitados exames de segunda linha. Estes podem incluir histerossalpingografia, procedimentos endoscópicos ou testes genéticos mais específicos.
Investigações Especializadas
Em casos mais complexos, podem ser necessárias investigações altamente especializadas, como testes de função espermática avançados, biópsias testiculares ou avaliações genéticas moleculares específicas.
Quando Considerar Reprodução Assistida
Nem todos os casos de infertilidade requerem técnicas de reprodução assistida. Muitas causas podem ser tratadas com medicamentos ou procedimentos cirúrgicos simples. No entanto, quando a investigação identifica causas que não respondem ao tratamento clínico ou cirúrgico, as técnicas de reprodução assistida se tornam uma opção valiosa.
As principais técnicas incluem a inseminação artificial (quando o problema é principalmente cervical ou de ovulação) e a fertilização in vitro (FIV), indicada em casos de obstrução tubária, endometriose severa, factor masculino severo ou infertilidade sem causa aparente após investigação completa.
A escolha da técnica mais apropriada deve sempre considerar não apenas os achados da investigação, mas também a idade do casal, tempo de infertilidade e preferências pessoais.
Importância do Suporte Emocional
A jornada da investigação e tratamento da infertilidade pode ser emocionalmente desafiadora. É fundamental que os casais compreendam que sentimentos de ansiedade, frustração ou tristeza são completamente normais neste processo.
Muitas clínicas especializadas oferecem suporte psicológico como parte integral do tratamento. O acompanhamento psicológico pode ajudar os casais a lidar melhor com o estresse do processo, tomar decisões mais conscientes e manter relacionamentos saudáveis durante esta fase.
Além disso, é importante manter hábitos de vida saudáveis durante toda a investigação e tratamento, incluindo alimentação equilibrada, exercícios regulares, controle do estresse e evitar tabagismo e consumo excessivo de álcool.
Mitos e Verdades Sobre Infertilidade
Existem muitos mitos em torno da infertilidade que podem gerar ansiedade desnecessária ou postergar a busca por ajuda adequada. É importante esclarecer que a infertilidade não é resultado de “nervosismo” ou “falta de relaxamento”, embora o estresse possa ter algum impacto sobre a fertilidade.
Outro mito comum é que a infertilidade sempre tem origem feminina. Como mencionado anteriormente, as causas se distribuem igualmente entre homens e mulheres, sendo fundamental a investigação de ambos os parceiros.
Também é incorreto assumir que casais que já tiveram filhos não podem desenvolver infertilidade. A infertilidade secundária (dificuldade para ter um segundo filho) é uma condição real e relativamente comum.
A jornada para diagnosticar e tratar a infertilidade requer paciência, mas também esperança baseada em evidências científicas. Com os avanços da medicina reprodutiva, a maioria dos casais que buscam ajuda especializada consegue realizar o sonho de ter filhos. O importante é não postergar a investigação e confiar no acompanhamento de profissionais especializados e experientes.
Se você e seu parceiro estão enfrentando dificuldades para engravidar, não hesitem em buscar orientação médica. Lembrem-se de que cada caso é único, e um plano de investigação e tratamento personalizado pode fazer toda a diferença no caminho para a parentalidade.
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